quinta-feira, 19 de setembro de 2019

PRENÚNCIO DE UMA GRANDE TRAGÉDIA
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PRENÚNCIO DE UMA GRANDE TRAGÉDIA

Era começo de tarde
Quando o dia começou a anoitecer,
Nuvens negras e cinza
Invadiram o céu de São Paulo,
Trazendo apreensão, medo.
O vento balançava placas, fios, árvores,
Os jornais voavam, as latas rolavam
Fazendo um barulho sinistro.
Todos tinham a impressão
De já terem assistido ao filme,
Era o famoso prenúncio de uma grande tragédia,
De um grande dilúvio.
Começou a pingar.
O povo correu para casa,
Invadiu bares, lojas, supermercados,
Os mendigos e os cães voaram para os viadutos.
E quando todos aflitos,
Paralisados por trovões,
Relâmpagos, raios,
Pedindo perdão pelos pecados
Já esperavam pelo juízo final,
As nuvens foram andando,
Os pingos foram parando,
O vento foi cansando.
E antes que aquela tarde,
Daquele dia,
Anoitecesse por completo,
O sol surgiu inteiro,
Forte, vigoroso,
E como um milagre
Nasceu de novo para todo o povo,
A tarde inteira.
É era o Senhor de bom humor,
Fazendo apenas uma brincadeira.

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

SUPREMA DEPENDÊNCIA PSÍQUICA
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SUPREMA DEPENDÊNCIA PSÍQUICA
Que coisa mais estúpida eu fui arrumar pra mim.
Ah! Se eu pudesse adivinhar não teria cedido a essa curiosidade,
A essa diabólica tentação.
É uma vontade das mais absurdas não me conformo!
Eu não quero, mas ele quer!
Tento obter o controle, mas ele não deixa, é forte!
Faz com que eu como um jato me expulse de casa, mesmo não
Querendo sair.
E ir sem pestanejar, obstinado, rumo ao alvo da falsa felicidade.
O que eu faço meu Deus?
Faça um milagre, me de a minha cura,
A minha força interior total,
Me de a palavra certa a oração exata.
Por favor, me dê à mola pra saltar desse poço, desse buraco,
Sinto-me um trapo, um farrapo, chapado, calado, um bicho.
Vivendo uma plena degradação,
Física e espiritual.
Estou preso numa cela invisível,
Amarrado, ilhado em uma esquina da Mooca.
Estou sendo movido por um cérebro doente
Que só tem em mente se saciar se lambuzar se satisfazer,
Suprir a Suprema Dependência Psíquica.
Sair falando emocionado com meus bons amigos,
Beber, fumar, batucar, cantar,
Num repente desanimar,
Se arrepender, se angustiar, querer mais.
Ir pra casa, dormir mal, fritar na cama, espirrar sem parar,
Com o nariz ardendo muito levantar,
E logo cedo novamente começar a pensar em cheirar.
A CERTEZA DENTRO DO QUARTO
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A CERTEZA DENTRO DO QUARTO

Cismado deito,
O astral dentro do quarto
Não é dos melhores.
Se fosse possível dormiria
Com um olho aberto outro fechado.
A cada dez segundos abro os olhos,
Até que pego no sono.
Mas ele é interrompido bruscamente,
Sinto uma energia fria, decidida,
Se chocar contra o meu corpo,
Meu espírito.
Abro os olhos e me vejo lutando com ela,
Só que eu não enxergo nada,
Estou de barriga para cima,
Segura os meus punhos,
Quero falar, xingar,
Mas não consigo.
Fico aflito,
Tento fazer movimento com meu pescoço
Totalmente endurecido.
Toda força com meus braços,
Até que consigo me soltar.
Sento na cama irritado e digo:
Toda noite agora!       
O que é que você quer de mim?
Se eu lhe fiz algum mal no passado
Me desculpe!
Hoje em dia tenho certeza
Que não faria de novo.
Aí rezo, um padre nosso e uma Ave Maria.
Preocupado deito,
O astral dentro do quarto está indefinido,
Não sei se ele me ouviu,
Se está presente ou se partiu.
Coloco um travesseiro em cima da cabeça
Só deixando um vão para poder olhar.
Nessa noite ele não me incomodou mais,
Mas sem dúvida nenhuma
Eu sei que ele voltará,
Me trazendo a angústia,
O nervosismo, o pessimismo,
Os arrepios pelo corpo, a falta de energia,
A tristeza na mente ao amanhecer.
E a maravilhosa certeza
De que existe vida após a morte,
Que compensa todo esse receio,
Todo esse medo que eu tenho de
Adormecer.


terça-feira, 30 de julho de 2019

OS DOIS LADOS DA VIDA

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OS DOIS LADOS DA VIDA

 É às vezes é fogo, um medo percorre o corpo,
Sensação estranha,
Mas um sentimento que não é de difícil compreensão.
Estar vivo é estar em perigo,
É estar perto de um feio destino.
Perto da morte!
Perto da lógica!
Sair de casa, andar a pé de carro de trem de ônibus,
Às vezes parece uma armadilha,
Um jogo fatal,
Uma partida final,
Um grande pesadelo.
No céu azul estoura um trovão,
Em meio a nuvens brancas de algodão,
Um relâmpago semitransparente,
Um raio artístico.
No chão caminha a multidão,
Um formigueiro desorganizado,
Uma manada desenfreada.
No Viaduto do Chá na Rua Direita,
As pessoas passam raspando umas nas outras.
Olhar rápido, paulistano é obstinado,
Seu futuro
 é mais pro alto.
É às vezes é fogo,
Às vezes arde o amor por dentro do corpo,
Sensações gostosas, medrosas,
Felicidade quase idiota,
De difícil compreensão.
É, estar vivo, é estar abençoado,
É estar perto de um abraço,
Perto de uma paixão!
Perto da lógica!
Às vezes parece um lindo destino.
Um milagre, um sonho real,
Poder sair de casa,
Andar a pé de carro de trem de ônibus.
No céu azul estoura um trovão,
Em meio á nuvens brancas de algodão,
Um relâmpago semitransparente,
Um raio artístico.
Um efeito especial genial de Deus
Pra chamar a atenção para os mistérios,
Os assuntos lá do céu.
Olhares pensativos e admirados voltam a terra.
Raciocina nossa gente,
Nossa gente tem muita fé,
Nossa gente é gente fraterna,
Nossa gente é a melhor gente da terra.

DECLÍNIO NA SATISFAÇÃO NATURAL

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DECLÍNIO NA SATISFAÇÃO NATURAL

Surpresa no meio do meu caminho,
Profunda depressão sem motivo,
Cérebro em nervoso explícito,
Coração bate aflito, corre perigo,
Insatisfação em qualquer lugar que vou e fico,
Nos braços da mulher desejada,
Ou na cantina de um amigo.
O que será isso?
A falta da vitamina que brinco
Nos fins de semana me deixando bacana,
Com a língua louca na boca
E uma ideia sempre pronta?
Ou apenas uma besteira mental
Que irá passar assim que chegar o carnaval?
Não sei, só sei que estou sentindo
Um enorme declínio na satisfação natural,
Um sentimento de grande tristeza,
Uma angustia dentro da cabeça.
De noite na cama, quase dormindo,
Sinto meu espírito querendo sair do corpo,
Pressionando-me, avisando-me
Que no meio desse inferno ele não viverá mais!
Que está precisando
Passear pelos campos,
Ir a céus e mares purificar-se.
Deixar sem dó, ali, o corpo cadente,
Deitado, morto eternamente.
E voltar depois de encontros inesquecíveis
Com amigos de séculos atrás,
Guardiões e anjos celestiais.
Pra dentro de um pequeno corpo novo,
Que está lúcido e pronto,
Longe daquele outro,
Que desequilibrado e cansado,
Pirado e chapado, morreu ouvindo música
Na cama quente do seu quarto gelado.
Gelado e abandonado dentro da casa vazia.
Vazia e sombria.

SUEX. A CHEGADA MANSA DA MORTE SERENA.

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SUEX.
A CHEGADA MANSA DA MORTE SERENA.

Só quero ver o que vai ser,
Só quero ver o que vai acontecer
Quando novamente eu amanhecer
Sem aquela visão otimista que eu tinha
Em dias que já estão longe.
Sem aquela esperança que nascia em mim
Sem que eu fizesse o menor esforço,
Chegava de surpresa no meio de qualquer problema.
Como pude não reparar nessa riqueza que eu possuía.
É eu sei o que vai ser amanhã,
Amanhã vai ser o ar triste de ter perdido
Alguém do sexo feminino que almoçou comigo,
Lindos e lindos domingos.
Amanhã vai ser uma sensação sombria
De que vou ter que viver sem companhia
O resto da minha vida, mesmo cercado de gente.
Não sei se vou suportar sentir de novo
Até o fundo da minha alma, aquela angustia profunda,
Que com certeza virá.
E só em pensar, fico desejando, agora, já,
Ir caindo devagar,
Com uma faca atirada do nada direto na minha jugular,
Sentindo-me incrivelmente feliz
Com a chegada mansa dá morte serena.
Como seria bom Senhor,
Acabar com esse horror.
Não sei mais o que é dormir,
Noites de bom sono e de bons sonhos
Já não existem mais.
Eu não me conformo como posso,
Eu de repente na cozinha sadia
Estourar na parede uma fruta
Que estava morrendo de vontade de comer.
Deus do céu! Ajude-me,
A idéia de partir me inferniza!
Estou louco!
Não acredito que isso está me acontecendo!
Eu não era assim, me ajude Senhor! Por favor!
Quero me matar,
Quero cometer um suicídio explícito,
Que está sendo desenvolvido por um cérebro inimigo,
Que de todo jeito quer me fazer acreditar
Que está com toda a razão,
Mesmo quando eu, na rara lucidez,
Sei que ele não tem nenhuma.
Mesmo quando eu, alegre com amigos na rua,
E ele maldito me cutuca,
E me avisa que a minha vida é curta.
Ando chorando escondido
Que nem um filho da puta,
Estou por um fio,
Preciso muito de ajuda.


A ESTÚPIDA CONSEQUÊNCIA

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A ESTÚPIDA CONSEQUÊNCIA

As batidas do meu coração
Tomavam conta do meu corpo inteiro,
Ecoavam pela minha alma,
Era o medo percorrendo todo o meu ser.
Sentia a testa molhada pelo suor,
Meus braços paralisados,
Minhas pernas trêmulas.
Nem arriscava a me mexer,
A sair do lugar.
Fiquei entre o guarda roupa e a parede, espremido,
Esperando e rezando para não ser achado, apanhado,
Preso, assassinado, esquartejado.
Qualquer barulho que meus ouvidos
No limite sensível da audição escutavam,
Meus olhos reviravam-se de tal maneira,
Que faltavam subir para dentro da testa.
Eram duas pequenas luas apavoradas
No meio da escuridão do quarto,
Eu não estava aguentando mais.
E quando parecia que eu iria ser encontrado,
E quando parecia que eu iria ter um infarto,
Tudo foi cessando, fui melhorando,
Criei coragem e acendi a luz.
E nas pontas dos pés
Como um bailarino
Olhei todos os cômodos da casa.
E como não havia mesmo ninguém, retornei,
Fui direto na direção do criado mudo.
Era ali que estava a policia,
Era ali que estava meu assassino,
Meu esquartejador.
Era ali que estava à razão de todo o meu temor,
De todo o meu suor, paralisia e tremedeira.
Um saco, sim apenas um saco,
Um saco, um prato e um pó branco.
E por incrível que pareça continuei,
Dei sequência,
Voltei a sentir a paranóia,
A estúpida consequência
Da minha convivência absurda e abusiva com a droga.
Um dia ainda numa dessa meu amigo,
“Eu acabo batendo as bota”